7.05.2004

Deixando claro: experiência com colégio

Tenho diversos problemas com o meu ex-colégio, no qual eu estudei por 15 anos, do jardim 1 até o 3º colegial. Não, não sou o tipo garota problemática. Pelo contrário, o que me acontece em relação ao Koelle é uma dúvida permanente: não consigo entender por que o colégio foi tão bom e ao mesmo tempo tão ruim para mim.
Colégio particular, o mais bã bã bã da cidade, 800 reais mensais, alunas metidas a patricinhas, que se vestem iguais, compram nas mesmas lojas, pensam que são, mas não são. Apesar de ter tirado sempre boas notas e ter bons relacionamentos com os alunos, profesores e diretores, algo sempre me incomodou lá, e hoje me incomoda muito mais. O sentimento de que eu poderia ter sido mais do que fui, de prisão. Talvez eu pudesse ter falado muito mais do que eu falei, experimentado das minhas habilidades muito mais do que fiz, pelo simples fato de existir uma ordem excessiva. Pra que gostar tanto mais daqueles alunos que só tiram 10 e participam das porras das olimpíadas de física? Por que eles são necessariamente tão melhores? Nada de inveja. Odeio física e me orgulho disso, esse foi um dos fatores que me fez escolher as humanidades e ser uma pessoa em processo de realização graças a essa escolha. Mas não entendo por que as pessoas que se enquadram perfeitamente em determinados padrões são tão valorizadas. Será que padrões como esses são tão válidos assim?
Me parece algo tão superficial... Precisamos de uma escola em que possamos nos liberar, ser quem somos e, principalmente, que cada um seja valorizado pelos seus pontos fortes. Para mim, a missão primordial da escola é descobrí-los e desenvolvê-los.
Tenho orgulho do meu desenvolvimento ter sido parte principalmente de um processo de crescimento pessoal, observação e leituras. Não dentro de uma máquina que me induziu a pensar em determinadas questões e resolvê-las brilhantemente até que fosse premiada com uma medalha. Até acho que isso tem seu valor, mas não é o que eu procuro.

São questões jogadas ao vento, preciso pensar mais sobre elas. Mas esse é o começo. Quem sabe daqui há exatos 3 anos e meio isso não vai estar melhor desenvolvido num belo documentário...?

Talvez para meus pais fosse muito mais fácil ter uma filha extremamente dedicada aos livros, que adorasse física quântica e participasse de olimpíadas de física. Mas, pessoalmente, teho certeza que eles gostam de uma filha que escreve, pra quem quiser ler, doa a quem doer, o que acha da porra do ensino atual...

3 Comentários:

Às 5:01 PM, Blogger J. Vargas disse...

O colégio determina este tipo de cultura aos seus alunos, não adianta. Somente numa revolução armada para a coisa mudar. Ou talvez uma garrafa de Velho Barreiro.

Beijão, linda!

 
Às 6:36 PM, Blogger Rebeca disse...

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Às 6:19 PM, Blogger Rebeca disse...

Lindo, te amo!

 

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