7.27.2004

Ela não quer

Chega de silêncio em excesso. Chega de maus tratos. Chega de amor subentendido. Chega desse luto eterno, dessa angústia que nunca passa. Chega desse orgulho abusivo, que a maltrata; desse silêncio que espanta. Mudanças acontecem, mas são muito difíceis de se lidar, ainda mais quando fazem tão mal. Ninguém explica. Ninguém fala, ninguém contesta. Fala-se pelos cantos. Um pouco aqui, um pouco lá. Ela tem que ouvir tudo; o lado de cá e o lado de lá. Quieta, sempre quieta. Afinal, ela não tem o que fazer. Ela não sabe o que fazer, que atitudes tomar. Apenas não suporta essa situação. Não que ela deva suportar também, mas é obrigada. Faz mal, ela se sente triste, chora por não saber o que fazer e ver tudo desmoronar assim, de repente. Ela não sabe o que dizer, quando sabe, de nada adianta.
O jantar ocorreu em silêncio, todos olhando pra baixo, assim como o almoço. Quando se fala, é rápido, em tom baixo e grosso. Pequenas atitudes são leviana e grosseiramente contestadas, também de maneira curta - e grossa. Depois, cada um num cômodo. Quando um levanta a voz é para exigir algo, fala-se com um tom de cobrança por trás, de exigência, de possessividade. Possessivo. Essa é a palavra. Ela sofre. E como sofre.
 
Ela apenas não agüenta mais.
 
Talvez ela mereça tudo isso. Talvez, não.
 
*******
 
Talvez alguém tenha entendido; talvez, não.

7.16.2004

Férias


Estou de férias no RS. Uma maravilha. Frio, muito frio. Chimarrão, muito chimarrão. Vinho. Crepe de prestígio. Porto alegre, sempre linda e maravilhosa, extremamente convidativa ao lazer, a curtir o que há de bom. Frio, muito frio. Comida, muita comida boa. Família extremamente boa e hospitaleira. São Leopoldo, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Portão. Chuva. Granizo. Shopping em Novo Hamburgo. Outlet da Arezzo, sapatos da marca por 35 reais. Cobertores, muitos cobertores. Muitas roupas, agasalhos, cachecóis, botas. Meia-calça fio 80. Nariz gelado. Churrasco e um bom chimarrão (sim, mais uma vez). Maravilha.
 
Assim eu resumo (ou não) minhas queridas férias (é assim que eu vou entregar a redação pra professora quando eu voltar pras aulas hahahahaha).
 
Muito bom, maravilha!

7.14.2004

Top 10 sad romantic songs

A Dani, que se inspirou na May, que se inspirou na Revista TPM para fazer um ranking das músicas românticas mais tristes de todos os tempos. Eu confesso que não olhei o ranking da TPM. Gosto daquela revista (May, por isso que eu te adoro, hahaha, opostos se atraem, darling...), mas passei a não mais comprá-la porque não chega mais na minha fuckin' city. Conversê a parte, vamos ao meu ranking.

1. Foo Fighters - Walkin after you
Essa é uma que, apesar de meio tristinha, eu adoro.
2. Alanis Morrisette - Uninvited
Eu gosto dessa música. Mas acho o ritmo, a melodia mto tristes.
3. Solar - Domenico + 2
Nossa, melhor nem pensar que eu vou chorar certo.
4. Alejandro Sanz - Lo vés?
Eu adoro Alejandro Sanz. Sim, digam mesmo que eu estou avacalhando. Não tô nem aí. Mas essa música é triste mesmo. Ainda que ele faz um voz e piano. Nossa, de chorar até cair.
5. Shakira - Underneath your clothes
Essa música me trás lembranças não mto agradáveis, mas deixando isso de lado, ela é trsite pra caramba. Romanticazinha depressiva até dizer chega.
6. Pato Fu - Canção pra vc viver mais (cara, acho que não é esse o nome, mas só por essa partezinha já dá pra vcs saberem de que música eu tô falando)
Tb adoro Pato Fu. Mas essa é triste mesmo. Se eu não me engano o John (guitarrista) fez quando o pai da Fernanda (vocalista) tava super doente, nos pés da égua mesmo. Tadinho. Mto triste.
7. November Rain - Guns n' Roses
Concordo, May. Eu não gosto nada dessa música. Nem um pouco.
8. Se eu não te amasse tanto assim - Ivete Sangalo
Eu adoro a Ivete Sangalo. Mesmo, assumo numa boa. Mas não gosto NADA dessa música. Depressiva e triste demais.
9. Lara Fabian - I didn't come here to leave you... (puts, nem lembro o nome dessa música
E melhor eu nem forçar mto pra lembrar se não vou começar a chorar aqui. Ainda mais lembrando na novela "Mulheres Apaixonadas", a Carolina Dieckman raspando a cabeça. Tá louco. Ou melhor, tá triste.
10. Pai - Fábio Júnior
Tá, td bem, podem dizer que eu estou avacalhando. Devo estar mesmo. Mas essa música é muito triste. Ainda mais pq todas as pessoas que eu vi cantando essa música, choraram muito.

Era isso. Podre, muito podre. Mas era isso.

Hj tá menos frio, maravilha. Mas há previsões de uma bã de uma frente fria a partir de sexta. Pois é, né.

7.13.2004

Só bobagem. Mas só bobagem. Só bobagem mesmo.

"Casas Bahia

Corre na internet a informação que o ator Fabiano Augusto, garoto-propaganda das Casas Bahia, teria sido demitido pelo anunciante, despois de sua "performance desinibida" na parada do orgulho gay em São Paulo. Na notícia que circula, a empresária do ator teria declarado que um ridetor de marketing chegou a falar pessoalmente com o responsável pelas filmagens dos comerciais da rede, afirmando que "não queria ver a imagem das Casas Bahia atrelada a este tipo de comportamento". Ainda segundo a nota na Internet, o grupo "Cidadania Gay" pretende processar as Casas Bahia se for comprovada a demissão por discriminação da preferência sexual de Fabiano."

Jornal "O Mensageiro", de 9 a 22 de julho de 2004 (sim, o jornal é quinzenal...), Portão/RS.

Estou eu cá no Rio Grande do Sul, com um frio bastante razoável (fez 2 graus no dia que eu cheguei!!) lendo o jornal citado e vejo uma bobagem dessas. Sim, bobagem em todos os sentidos. O que tem a ver o desempenho do cara na parada gay e o trabalho do coitado? Sim, coitado, pq não é fácil agüentar ser chamado de mala por todo canto (realmente, ele É mala naquela propaganda). Então quer dizer que quando assumimos um trabalho temos que deixar de ser o que somos, penar nesse trabalho o dia todo e pensar 200 vezes antes de cada atitude, para ver se ela está de acordo com a imagem da empresa para a qual trabalhamos? Então um lixeiro não pode deixar cair um papel de bala, sem querer, pq aí a empresa dos catadores de lixo poderá puní-lo por não querer estar "atrelada a esse tipo de comportamento"? É uma discriminação do caramba, uma judiação com o cara, que não pode nem ser ter sua opção sexual. Ou melhor, que não pode nem se divertir numa festa. Tudo bem que o cara teve ganhar uma nota altíssima como garoto-propaganda das Casas Bahia, mas não é motivo, né? Estamos em 2004, as pessoas estão conseguindo ganhar seu espaço sendo o que são, gostando do que gostam e é assim a tendência do mundo em que vivemos. Não é possível aturar esse tipo de comportamento, essa discriminação ridícula. Não gosto de classificações. Não gosto de ter que ser o que eu não sou. Não gosto de ter que agir de determinada maneira, quando essa é a que eu não quero. Tem algumas regras a que temos que nos submeter, sim. A vida tem regras e temos que respeitá-las, desde que elas não sejam autoritárias e vão além das liberdades individuais. Vamos deixar o mala das Casas Bahia ser feliz. Eu tb quero ser feliz.

E tenho dito.

P.S.: Apesar de eu achar extremamente mala a atuação do Fabiano Augusto nos comerciais das Casas Bahia (incansáveis, não tem um comercial em que não apareça essa propaganda), gosto muito dele. Me lembro de quando ele era um dos apresentadores do programa Turma da Cultura, que infelizmente foi extinto, como todo bom programa da TV Cultura, por falta de patrocínio e, vergonhosamente, por falta de audiência. Patético. Uma bobagem. Mas só bobagem. Muita bobagem.

7.07.2004

Fofura

Olha, pra mim essa propaganda é algo espantoso. Deve ser muito estranho se reconhecer em alguemzinho vinte anos mais novo que você. Assustador, mas fofo demais!







Peguei as fotos aqui, thanks! ;-)

7.05.2004

Deixando claro: experiência com colégio

Tenho diversos problemas com o meu ex-colégio, no qual eu estudei por 15 anos, do jardim 1 até o 3º colegial. Não, não sou o tipo garota problemática. Pelo contrário, o que me acontece em relação ao Koelle é uma dúvida permanente: não consigo entender por que o colégio foi tão bom e ao mesmo tempo tão ruim para mim.
Colégio particular, o mais bã bã bã da cidade, 800 reais mensais, alunas metidas a patricinhas, que se vestem iguais, compram nas mesmas lojas, pensam que são, mas não são. Apesar de ter tirado sempre boas notas e ter bons relacionamentos com os alunos, profesores e diretores, algo sempre me incomodou lá, e hoje me incomoda muito mais. O sentimento de que eu poderia ter sido mais do que fui, de prisão. Talvez eu pudesse ter falado muito mais do que eu falei, experimentado das minhas habilidades muito mais do que fiz, pelo simples fato de existir uma ordem excessiva. Pra que gostar tanto mais daqueles alunos que só tiram 10 e participam das porras das olimpíadas de física? Por que eles são necessariamente tão melhores? Nada de inveja. Odeio física e me orgulho disso, esse foi um dos fatores que me fez escolher as humanidades e ser uma pessoa em processo de realização graças a essa escolha. Mas não entendo por que as pessoas que se enquadram perfeitamente em determinados padrões são tão valorizadas. Será que padrões como esses são tão válidos assim?
Me parece algo tão superficial... Precisamos de uma escola em que possamos nos liberar, ser quem somos e, principalmente, que cada um seja valorizado pelos seus pontos fortes. Para mim, a missão primordial da escola é descobrí-los e desenvolvê-los.
Tenho orgulho do meu desenvolvimento ter sido parte principalmente de um processo de crescimento pessoal, observação e leituras. Não dentro de uma máquina que me induziu a pensar em determinadas questões e resolvê-las brilhantemente até que fosse premiada com uma medalha. Até acho que isso tem seu valor, mas não é o que eu procuro.

São questões jogadas ao vento, preciso pensar mais sobre elas. Mas esse é o começo. Quem sabe daqui há exatos 3 anos e meio isso não vai estar melhor desenvolvido num belo documentário...?

Talvez para meus pais fosse muito mais fácil ter uma filha extremamente dedicada aos livros, que adorasse física quântica e participasse de olimpíadas de física. Mas, pessoalmente, teho certeza que eles gostam de uma filha que escreve, pra quem quiser ler, doa a quem doer, o que acha da porra do ensino atual...

É sempre tempo de recomeçar....

... Estava realmente chateada com a idéia de meu blog ter dado pau. A real é que começaram a aparecer símbolos estranhos que nenhuma das minha queridas amigas experts em blogs sabiam me explicar. Aqui estou eu, então, recomeçando. Porque, sim, eu sou cafona, e acho que é sempre tempo de recomeçar, repensar a vida, nossa maneira de ser, de lidar com as pessoas ao redor.

E assim vai.

Cá estou novamente.

Aproveitem enquanto eu deixo. E deixo claro mais uma vez, pra não perder o costume.

:-)

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